É quase impossível para um fabricante de celulares obter lucros com modelos CDMA baratos, o que coloca em questão o futuro do padrão CDMA nos mercados emergentes, de onde deve vir a maior parte do crescimento, disseram a Nokia e observadores da indústria na quinta-feira.
"Nesse mercado fragmentado, ganhar dinheiro com modelos CDMA baratos é muito difícil", disse Kai Oistamo, que dirige a divisão de celulares da Nokia, em entrevista à Reuters.
A Nokia havia anunciado mais cedo na quinta-feira que abandonaria a produção de modelos CDMA, atribuindo a responsabilidade pela decisão às dispendiosas licenças que têm de ser pagas à Qualcomm, única fornecedora de todos os chips usados em celulares CDMA.
Em lugar disso, a Nokia se concentrará em modelos padrão GSM e redes móveis avançadas padrão WCDMA, usados por mais de 70 por cento dos 2 bilhões de usuários mundiais de celulares, número que deve dobrar dentro de cinco anos, especialmente nos mercados emergentes.
A Qualcomm, que não quis fazer comentários imediatos sobre a decisão, disse que seus termos de licenciamento são iguais para todos os interessados e representam uma parcela reduzida do preço de um celular no atacado, inferior a 10 por cento.
Os sinais de problemas nos mercados de CDMA são visíveis em toda parte.
Na Índia, um dos mercados de telefonia móvel de mais rápido crescimento no mundo, a operadora de CDMA Reliance Communications está solicitando freqüências para operar no padrão GSM.
Os países latino-americanos de menor porte também registraram colapso nas vendas de modelos CDMA nos últimos meses.
Na China, o maior mercado mundial de telefonia móvel, as vendas de celulares CDMA caíram pela metade, de acordo com o grupo de pesquisa de mercado Strategy Analytics.
"Existem sinais de que o padrão CDMA está sendo cada vez mais marginalizado", disse Neil Mawston, analista da Strategy Analytics.
Isso se deve também aos preços mais baixos dos modelos GSM mais baratos -inferiores a 30 dólares, desconsiderados os impostos locais-, o que reflete a escala do mercado e os baixos custos de licenciamento do padrão GSM para os principais produtores, como Nokia, Ericsson e Motorola.(Lucas van Grinsven, Reuters).
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